Competências e conteúdos: cada um tem seu lugar na formação docente
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Resumo
Analisa o conceito de ”competências” a partir das evidências lingüísticas e pedagógicas da existência de uma confusão semântica relacionada ao termo, constatando a ausência de precisão e clareza nesse sentido - problemáticas que, inadequadamente, têm sido consideradas “complexas”. Em um segundo momento, analisa a origem do termo, vinculando-o ao mundo empresarial, às políticas públicas educativas e à noção de mercado e o que aí está implícito. Discute-se a legitimidade da “nova” possibilidade de conceituar “competências”, identificando-a como um recorte de outras teorias e contrastando-a com os programas da UNESCO que demonstram que não há muitos elementos novos em tal proposta. Por último, propõe uma reflexão curricular baseada na ética e na sabedoria prática aristotélica que nos leva a perguntar: O que devemos ensinar? Como devemos ensinar? O que precisam aprender as gerações herdeiras do neoliberalismo, a partir de quais padrões e em que medidas? De onde olhar os processos formativos, subjacentes à homogeneidade do mercado cultural global?